Eu não queria estar na pele de Pilatos. Coube a ele a decisão de liberar ou mandar matar o Filho de Deus. Sua própria esposa pediu para que ele se mantivesse o mais distante possível do conflito entre os fariseus e Jesus Cristo, o profeta judeu. Além disso, ele viu e entendeu tudo. Jesus Cristo era inocente. Era inofensivo. Não era "ninguém". Mas, para os saduceus, escribas, fariseus e herodianos era "alguém" que não os deixava ultrajar o povo em paz. Pilatos entendeu que Jesus constituia perigo somente para os religiosos cascas grossas. Primeiro, tentou fazer uma meia sola. Mandou torturar bem muito Jesus. Talvez assim conseguisse aplacar a sede de sangue dos santos que pululavam no Templo. Falhou porque não conseguiu enxergar o quanto todos os fariseus eram astutos. Depois, tentou trocar Jesus por um notório malfeitor. Falhou porque simplesmente já era tarde demais: os religiosos fizeram a cabeça do povo. A voz do povo não é a voz de Deus (repita isso 25 vezes!). O povo pediu a crucificação de Jesus. Pilatos, acuado, decidiu lavar as mãos. "Eu não tenho parte com esse nojo!" Olhando dessa perspectiva, dos canalhas, Pilatos foi o menos canalha. Ele só queria manter-se no posto de "governador". Ninguém consegue ser mais maligno que fariseus hipócritas. Isso, entretanto, não põe Pilatos do lado dos mocinhos. Ele consta com brilhantismo no lado dos mais indecisos.
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