A igreja da porta larga

Gosto da engenhosidade dos fariseus. Eles sempre me surpreendem. Eles não se cansam de usar a Bíblia contra a Bíblia. Eles sempre se superam na arte de assassinar o texto em busca de um pretexto para rotular quem não se alinha com eles. Pudera, são fariseus. Não sabem exprimir sua espiritualidade de outra forma. Simplesmente, é impossível de uma fonte de água amarga jorrar água doce e fria. A mais nova sacada dos fariseus é chamar os outros evangélicos de “igreja da porta larga”. Querem, com isso, dizer que eles são a igreja da porta estreita. Pensando que estão repetindo Jesus no Sermão do Monte, estão na verdade expressando o fel (abundante, diga-se de passagem) que há em seus corações. Quando Jesus falou em “caminho espaçoso” e “porta larga” estava evidenciando o equívoco da humanidade de querer chegar ao paraíso pelo processo religioso (usos e costumes, fazer caridade, idolatria, esoterismo, barganhas com “deus”, justiça própria etc). Já o caminho “apertado” e “a porta estreita” é abandonar toda “meritocracia religiosa” e confiar unicamente nos méritos do Evangelho de Jesus Cristo. Porta larga é a observância da Lei, porta estreita é o descanso na Graça. Caminho espaçoso é ser adepto das religiões, filosofias ou crenças humanas. Caminho estreito é ser discípulo de Jesus (Vinde após mim e vos farei pescadores de homens). O texto não fala de carnalidade ou santidade. Fala de caminhos para a vida eterna: os equivocados querem construir o seu, os crentes andam pelo já construído por Jesus Cristo.

Um comentário:

Joabe disse...

A paz do Senhor!

Entendo o texto como isso que foi expressado e com o pecado e todos os prazeres que o mundo oferece.