"Só gosta de fofoca quem nunca foi vítima dela"


O ator Hugh Jackson disse que, “apesar de ser casado e ter dois filhos”, muitos repórteres e fãs estavam comentando que ele é gay. Terminou dizendo: “acho que estou ficando famoso!”. Isso se chama fofoca. Um pecado tão antigo quando Eva falando besteira ao diabo: “Deus disse que a gente não pode nem tocar (na árvore do conhecimento do bem e do mal)”. Fofocar é um dos maiores esportes nacionais. Pena que exercite somente a língua. Na Escola Dominical, em janeiro de 2009, uma irmã disse uma frase definitiva sobre o gosto de tecer comentários mordazes sobre a intimidade dos outros: “Só gosta de fofoca quem nunca foi vítima dela”. Por causa de fofoca, muitos casamentos terminaram, boas e antigas amizades cessaram, vidas foram ceifadas e miríades de demônios receberam poder de atormentar consciências. Não sou otimista quanto ao fim do pecado do disse-me-disse. Nem o diabo, nem a sociedade nem os religiosos querem o seu fim. Na verdade, enquanto se fofoca se esquece da vidinha medíocre que se vive. Eu estou convencido, como diria o presidente Lula, que todo fofoqueiro tem baixa estima. O maior prazer de um fracassado só pode ser mesmo falar mal de um vencedor. Como não podem, precisam pelo menos poder comentar sobre a vida de quem pode. O fundo, no fundo, todo fofoqueiro é um ser muito pequeno: insignificante, frustrado e covarde.

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