Intimidade "demais" faz mal


Quando me converti, conheci um irmão que era casado há mais de 30 anos. Ele era barbeiro e tinha um jeito bonachão de falar. Perto do meu casamento, ele costumava dizer: “Geraldo, intimidade "demais faz mal". Eu não gosto de ver minha mulher nua sempre, a qualquer hora, sem motivo. Só a quero nua - e ela só me tem nu - quando a gente vai fazer amor”. Eu ria, às vezes provocava essa fala só para me divertir. E continuei rindo enquanto compartilhava com ele esse seu conceito, para mim exótico e fora do lugar. Que espécie de homem não gostaria de ver muitas vezes sua mulher nua? Ele morreu, faz muito tempo. E eu parei de rir dele, há muito tempo. Se você pudesse me ver agora, seria testemunha de que estou com um leve sorriso nos lábios. Como eu era obtuso e quanto ele foi formidável em sua visão de intimidade! Para quê a gente ver a mulher que a gente ama escovando os dentes? Para que serve, por favor, a mulher que nos ama ver a gente... urinando? Algumas intimidades são constrangedoras. Reinaldo Azevedo diz que “há intimidades que degradam”. Está certo. O casal deve se resguardar do excesso de intimidade. Pergunte a sua esposa se ela sente prazer em sentir mau-cheiro debaixo do cobertor. Pergunte a seu esposo se ele fica excitado de ver absorvente ensangüentado no lixeiro. Procure saber se seu cônjuge gostaria de te ver desfilando pelado(a) pelo meio da casa, a qualquer hora. O sugerido atrai mais, o que é despudoradamente exibido perde o valor. Intimidade demais faz muito mal. Ele estava coberto de razão.

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