Abstinência, fidelidade e camisinha


O jornalista Reinaldo Azevedo escreveu um artigo supimpa na Veja, edição 2065, de 15 de junho. Lá pelo meio, ele discorre sobre como um país africano combate a AIDS com abstinência, fidelidade e camisinha. Uma defesa que nós, evangélicos, fazemos a muito tempo, sem ressonância na sociedade. É a primeira vez que um jornalista "secular" toca no ninho de vespas da hipocrisia governamental e "ongueira" no combate às doenças sexualmente transmissíveis.


Em escala mundial e local, as ONGs passaram a ser as donas da pauta e das políticas públicas. E ai de quem ousar contrariar a doxa! Cito um caso emblemático. O Brasil é exemplo no tratamento da aids, mas sua política preventiva está centrada apenas no uso da camisinha. A contaminação voltou a crescer. Pobre daquele que ousar sugerir que abstinência sexual e fidelidade – além do preservativo – são úteis no combate à doença. Será acusado de estar misturando religião com ciência e acabará com a reputação na fogueira, enquanto os racionalistas recitam mantras cartesianos.
Na África, continente em que a doença é um flagelo, lembrou em seu blog o jornalista Fábio Zanini, Uganda é um caso notável de sucesso no combate à doença. Há quinze anos, cerca de 30% da população tinha o vírus; hoje, apenas 6,5%. A política oficial se baseia em três letras: A (de "abstinência" – para os solteiros); B ("be faithful" – seja fiel, para os casados); e C (de "condom", a camisinha). Mas o "C", lá, é o último recurso. Uganda, quem diria?, começa a sair da tragédia apelando à responsabilidade individual. No Brasil, claro, é diferente. Assim como Napoleão III acreditava que os soldados jamais resistiam a salsichas com alho, também somos fatalistas: cremos ser impossível dizer "não" ao sexo. Daí que as campanhas públicas contra a aids enfatizem apenas o uso do preservativo, chamando tudo o mais de moralismo religioso. O programa de combate à doença deixou de ser uma política de estado para ser a ação de grupos militantes organizados em... ONGs!

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