Pecado encoberto e transferido



Logo após Adão e Eva pecarem começou uma sucessão de camuflagem e transferência de responsabilidade. Poderiam ter esperado a visita diária do Senhor e confessado a desobediência, arcado com as conseqüências e vivido sem o gosto amargo da vergonha de não saber lidar com a vergonha. Mas, sejamos misericordiosos com eles, não nos precipitemos. Também repetimos o mesmo modus operandi. todo dia se repete o que aconteceu no Éden. Desobedecemos. Pecamos. A consciência pesa e aí, ao invés de mostrar o rosto, optamos pelo esconderijo. Tentamos esconder, atrás da ridícula folha de palmeira, todo o incômodo que o pecado produz. Passamos uma imagem de super-crentes, de juiz dos outros, de ultra-puros e, quando num ato de soberba, despencamos, achamos que o melhor é se deprimir, ficar em casa, fechar a porta - que ninguém veja o meu verdadeiro eu!!! Que guardem na memória a performance do culto "A", as línguas estranhas e minha fanfarronice denominacional. Ou, o que é pior, começa-se um processo de transferência: pequei porque fui injustiçado, sou desobediente porque tem gente pior na Igreja, fui falso porque me enganaram, caí porque ele me tentou, atirei porque ela me ofendeu... Seria menos doloroso e mais honroso se arrepender, não? Mas, isso seria pedir demais para homens e mulheres que vivem de aparência. Seria pedir demais...

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