Desejo e reparação


Admito que relutei em assistir o drama Desejo e Reparação. Gosto desse tipo de produção, mas não estava bem no clima. Decidi vê-lo por saber que o filme ganhara dois Globos de Ouro e que custara 35 milhões de dólares, valor modesto diante das produções americanas. Ainda bem que o fiz. Foi marcante. Recomendo tanto para quem gosta de cinema quanto para quem quer se emocionar com uma história marcada por uma das dores mais agudas, contada de forma inovadora. No período entre as duas guerras, na Inglaterra, num dos verões mais quentes da década de 1930, uma menina apaixonada vê e participa de fatos que sua tola mente distorce. Com isso, Brionny (Saoirse Ronan, excelente no papel), arruína o futuro de toda sua família, principalmente a vida de sua irmã (Keira Knightley) e do rapaz que acredita amar. Existem decisões que mudam o curso de nossas vidas para sempre, cujo conforto da reparação talvez nunca aconteça. O filme nos leva a refletir sobre a futilidade do julgamento precipitado, de como pode ser maligna a calúnia e de como podemos criar o inferno que nos devorará a alma com nossa própria imaginação, precipitação e boca grande. Pense bem, pense muito, antes de se arvorar a juiz do teu próximo.

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