Corremos inúmeros perigos em nossa vida espiritual. Basicamente, a gente pode sofrer uma crise espiritual por dois motivos: ou quando somos abençoados demais ou quando somos abençoados de menos. Parece um paradoxo, mas também é uma realidade facilmente constatável. Vejo todo dia crentes em total desespero quando o tão sonhado bem-estar não se concretiza, quer seja a cura de uma moléstia, a saída de um aperto financeiro ou o alívio de uma outra angústia qualquer. Elas se afastam do convívio dos irmãos e das reuniões da igreja, culpam o pastor (na falta de coragem de admitir que estão mesmo é magoadas com Deus) ou simplesmente mudam de comunidade evangélica. São vítimas fáceis dos "pastores-lobos" que prometem o céu na terra, desde que frequentem a "sua igreja de poder por um tempo". No polo oposto, vejo aqueles que foram abençoados demais. Estão prósperos financeiramente, com família vivendo em paz, o cônjuge satisfazendo todos os seus desejos, a vida num céu de brigadeiro. O sucesso, ah, o sabor do sucesso! A lógica é que essas pessoas freqüentem mais os cultos, se dediquem à oração e à Palavra de Deus, visitem hospitais e asilos, invistam mais em sua espiritualidade, sejam mais generosos e misericordiosos. Acontece o contrário. Elas se afastam dos locais de reunião, se isolam, ficam sovinas, geladas, críticas. Entretidos com tanta coisa boa que Deus deu, enfraquecem o relacionamento com o Deus que deu. O sucesso fez mal à espiritualidade delas. Por isso, o escritor bíblico pede: Senhor, não me faça tão pobre que eu venha a roubar, nem tão rico que eu venha a me esquecer de ti. Ele está certo, raras pessoas sabem viver contente em toda e qualquer situação.
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