A felicidade e a tristeza





A gente pensa que felicidade só traz em seu bojo coisas boas, bons sentimentos. Três coisas ruim da felicidade:
1. As pessoas felizes se acomodam. Os felizes estudam, trabalham e se esforçam muito pouco ou quase nada.
2. A felicidade pode anestiar. Foi por causa da acomodação da felicidade, e da alegria e das orgias, e do triunfalismo que todos os Impérios ruíram. Felicidade demais faz mal.
3. As pessoas felizes produzem pouco. O que seria dos gênios como Beethoven, Van Gogh e Emily Dickinson sem um bocado de desilusão? Os poetas soariam ridículos se não vivessem momentos de melancolia. A felicidade pode provocar baixo desempenho na vida.

A média da sociedade (de onde vem a palavra medíocre senão da média?) também acha que tristeza é um sentimento que só tem negatividade e que o melhor é nunca ficar triste na vida. Um grande erro. Veja apenas três coisas boas da tristeza.
1. A tristeza tornas as pessoas mais analíticas, críticas e inovadoras. A euforia da felicidade não consegue fazer o homem pensar, refletir, inferir e criar. Mas, já vi gente se levantar das cinzas e triunfar magnificamente, depois de curtir uma grande decepção.
2. A tristeza traz em seu bojo o desejo de superação. Quantas vitórias retumbantes se deram depois de derrotas. Josué foi derrotado em Aí. Sofreu. Ergueu-se. Munido de mais sabedoria, venceu. A tristeza ensina o caminho da vitória.
3. A tristeza nos torna mais humanos. Quem sofre se torna um ser humano menos insuportável. A tristeza nos faz ver que somos pó e não pó de ouro. Nada melhor que um médico que já foi paciente.

Por isso, depois de uma desilusão, de uma derrota, de um revés, o ideal seria curtir uma fossa e não apelar para antidepressivos. Jesus rejeitou ser anestesiado, preferindo sentir todos os momentos da pior morte que um ser humano pode experimentar. E, depois de uma grande vitória, de um evento inesquecível, de uma grande alegria, o melhor seria celebrar muito- mas depois aterrisar com urgência no mundo real.

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