Estamos mesmerizados. No Brasil, só se fala em Copa do Mundo, no amor pela pátria, na canarinha, no hexa. Os grandes temas nacionais estão todos esquecidos. O momento agora é da Seleção Brasileira de Futebol. Antes de continuar digo que vou torcer pela Seleção Brasileira (tenho até medo de escrever o contrário). Espero que ela vença. Mas, se não vencer - o que muito provavelmente não vai acontecer, eu nem ligo. A vitória ou a derrota de um time de futebol nunca melhorou a vida de ninguém - a não ser dos jogadores (veja como Pelé, apesar de ter covardemente se negado a reconhecer a paternidade de uma moça, além de outros grandes pecados, não é adorado como se deus fosse. A filha dele morreu de cancer sem ter o prazer do convívio com o pai). Mas, o que não estou suportanto é o nível de mediocridade apresentada pela televisão e alimentada por uma multidão de cabeças de rolinha. Senão, vejamos, se algumas noticias dos telejornais não se aproximam disso: "Kaká foi ao banheiro duas vezes hoje!". "Robinho se acordou de 7:30!". "Dunga cuspiu no campo: veja está brilhando e ainda vive!". "O avião dos jogadores saiu!". "O avião dos jogadores pousou!". Aí até Lula tira uma casquinha: "Antes de embarcar, Lula apertou a mão de cada um deles!" (não parece que foram tomar a bênção de São Lula?). Está escrito no ônibus da Seleção: "Lotado, 190 milhões de pessoas". Sinceramente, eu estou fora. Estou quase vomitando de tanta rasteirice. Que os jogadores de futebol vençam, mas que eu não perca a minha alma numa besteira dessas. Em tempo: não devemos confundir patriotismo com jogos esportivos. Olho para todos os lados e vejo poucos, muito poucos, verdadeiros patriotas brasileiros. E garanto: a maioria deles está trabalhando duro para pagar a maior carga tributária do mundo. Nisso, sim, o Brasil é campeão todos os anos. "Olha Robinho na boca do caixa sacando seu suado milhãozinho!"
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