Assisti "Reflexos da Inocência" ("Flashbacks of a Fool", Inglaterra, 2008), nos últimos dias de 2008. Alguns bons filmes me impactaram em 2008. Mas, nenhum, de forma tão visceral quanto “Reflexos da Inocência”. Daniel Craig, o ator que revolucionou o modorrento 007, é Joe Scott, um ator que teve dias de fama, mas se encontra em decadência. Com 40 anos, rico e usufruindo todo o prazer que “o mundo oferece”, é um homem solitário e infeliz. Ao sofrer uma grande decepção e receber uma péssima notícia, retorna à cidade onde viveu sua adolescência. O resto eu não conto. Assista. Não quero estragar o seu prazer de assistir um filme elegante, diferente e ousado. Garanto: é um dos filmes mais interessantes que já assisti. Todos os personagens são bem construídos, o diretor Baillie Walsh não faz concessões e regresso do ator, em todos os sentidos, nos convida a regressarmos também – em ansiosa busca do eu que o ego arruinou. O ator aos 40 anos mora no luxo e experimenta todos os prazeres pagos. Joe, aos 15 anos, sem tostão, vive modestamente. Mas, é um felizardo. Na mão de outro diretor e produtor, o fim dessa história seria piegas e novelesca. Em “Reflexos da Inocência” o fim é redentor, mas nunca fácil nem “revisionista”. Como a vida, infelizmente, é. Quando nascemos, parece que recebemos uma caneta para escrever nossa vida. E uma borracha para corrigir quando erramos, pastor? Nunca, não nos é facultado o poder de reescrever nossa história!
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