Trocando a alma por sucesso e fama

O escritor brasileiro mais lido, há quase duas décadas, é Paulo Coelho. O mais recente livro escrito pelo mago saiu com dois milhões de exemplares, só no Brasil - uma prova incontestável do vigor de sua popularidade. Recentemente, foi lançado sua biografia autorizada, escrita por Fernando Morais. O que choca são as revelações contidas no livro, um relato que não esconde pactos com o Diabo, sacrifícios de animais, internações em hospícios, relações homossexuais e consumo de drogas. Ele atropelou um menino sem prestar nenhum socorro à vitima e afirmou ter feito um pacto com o diabo – isso mesmo! – para obter sucesso. Esse é o escritor que chefes de estado, papas e ícones do mundo inteiro lêem e incensam. Os detalhes mais surpreendentes do livro foram oferecidos pelo próprio Paulo Coelho. Eu nunca li um livro de Paulo Coelho. Ele não deixarei de vender um livro sequer a menos se dependesse de uma crítica minha. Os críticos literários fazem isso infinitamente melhor que eu – e nada impede o sucesso do "escritor" . O que quero focar neste texto, entretanto, é a naturalidade com que o bruxo conta a razão de seu sucesso: um pacto feito com o diabo. Obter sucesso fazendo aliança com Satanás? Ser famoso às custas, talvez, de vender a alma ao cão? Ser um líder no mundo e escravo do diabo? O horror dessa aliança me faz lembrar o assustador filme O Bebê de Rosimery. O diabo propôs a Jesus, mostrando todos os poderes do mundo: "tudo isso te darei se prostrado me adorares!" Jesus respondeu: "Ao Senhor teu Deus adorarás e somente a ele servirás". Jesus recusou a proposta do diabo. Paulo Coelho, des-graçadamente, aceitou.