Fiquei estarrecido com um evento chamado "Paz sim, violência não" promovido pelo Pe Marcelo Rossi. Na verdade, o evento serviu mesmo foi para muita gente se promover em torno do assassinato de Isabella. Três milhões de pessoas foram atraídas para o evento comovidas pela morte da menina, mas também para assistirem o mega-show de Xuxa (que denunciou a violência contra crianças, sem ruborecer pelo mau exemplo de criar uma filha sem a presença paterna), de Ivete Sangalo (será que na missa cantaram ao rítmo do carnaval baiano?!), de Leonardo e dezenas de cantores. Além de artistas e apresentadores, estiverem presente no evento-show-missa-comício, políticos em campanha: José Serra, governador de São Paulo, Gilberto Kassab, prefeito da capital e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmim. A mãe de Isabella (cuja família é espírita) chegou a afirmar que era uma xuxete, fã da Xuxa. Deveria vir a público dizer abertamente quem era seu ex-marido e porque deixou Isabella, que chegava em casa arranhada e beliscada, ficar na companhia de um homem que ameaçara de morte sua própria mãe. Mas, quem mais se promoveu foi o Pe Marcelo Rossi. Ele é esperto, sabe manipular as multidões. O apresentador Datena, em seu programa, estava transmitindo parte do show, mas quando viu os políticos discursando, mandou tirar do ar: "virou comício, tira isso daí!", vociferou. Lastimável. Quando artistas, políticos e religiosos se promovem com a tragédia de uma criança, a sociedade deve repudiar tal abuso. A memória de Isabella só está sendo honrada pela polícia, que vem fazendo um trabalho eficiente, sério e responsável. Parabenizo a polícia de São Paulo. Não posso fazer o mesmo com exploradores de desgraças alheias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário