QUASE ACREDITEI*

QUASE ACREDITEI


Quase acreditei

que não era nada,

ao me tratarem como nada.


Quase acreditei

que não seria capaz,

quando não me chamavam,

por acharem que eu não era capaz.


Quase acreditei

que não sabia,

quando não me perguntavam

por acharem que eu não sabia.


Quase acreditei

ser diferente entre tantos iguais,

entre tantos capazes e sabidos,

entre tantos que eram

chamados e escolhidos.


Quase acreditei

estar de fora

quando me deixavam de fora

por que...que falta fazia?


E de quase acreditar adoeci;

busquei ajuda com doutores,

mestres, magos e querubins.

Procurei a cura em toda parte

e ela estava tão perto de mim


Me ensinaram a olhar

para dentro de mim mesmo

e perceber que sou exatamente,

como os iguais que me faziam diferente.

E acreditei profundamente em mim.


E tenho como dívida com a vida

Fazer com que cada ser humano

se perceba, se ame, se admire de si mesmo, como verdadeira

fonte de riqueza.


Foi assim que cresci: acreditando

sou exatamente do tamanho de

cada ser humano.


E por acreditar perdi o medo de dizer, de falar, participar e até de cometer enganos.


E se errar?

Paciência, continuo vivendo, e por isso aprendendo.


PORQUE ERRAR É HUMANO...
*Fátima Andrade

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