O investimento no caixão


Quando a pessoa que você mais ama ou ama muito morrer, quanto você estaria disposto a gastar no funeral dele ou dela? Com absoluta certeza, ninguém poupa quando o assunto é o enterro da pessoa que a gente ama. "O melhor caixão, por favor (assoando o nariz num lenço lilás, que combina com o aro dos óculos)... Eu amo demais minha mãe!" "Não vou enterrar meu velho pai (lágrimas lavando o rosto) nessa cova! Por favor, arrume a melhor catacumba desse cemitério! Dinheiro não é problema!" Dá gosto ver o amor das pessoas por quem... já está morto. Para o falecido ou falecida, tanto faz ser enterado numa rede no quintal de casa ou na catedral de Roma. Mas, para quem está vivo e precisa mostrar o quanto amava, gastar sem pirangagem é o primeiro sinal de devoção. "viu como ela amava a filha? Aquele é um caixão muito do alinhado!". Eu acho isso de uma futilidade que me embrulha o estômago.Quer demonstrar amor por quem você diz amar? Chame essa pessoa, abrace ela, beije ela, cheire ela, ouça ela com atenção, deixe um pouco o trabalho e valorize um final de semana com ela, todo para ela! A gente está disposto a gastar tanto depois da morte... por que não investir em vida? O grande investimento no caixão nada mais é que mecanismo de compensação estúpido. Na verdade, a gente ama mesmo é dinheiro, sucesso, fama, a gente mesmo. Por isso, repito: aproveite enquanto ele ou ela está vivo. Diga que o ama. Diga como ela é uma bênção para você. Não por telefone, nem por e-mail. Face a face e com tempo. Assim age quem verdadeiramente ama. Assim vive quem tem não um cifrão no lugar do coração.

Um comentário:

Hugo Otávio disse...

É verdade...
É preciso saber viver, né?
E aproveitar enquanto se estar vivo...
Paz do Senhor!