Eu me amo


Num mundo destro, eu sou canhoto. Canhoto verdadeiro, perfeito, autêntico – escrevo com a mão direita, chuto com a canhota, meu cérebro é o cérebro de um ser totalmente canhoto. Nas salas de aula, sentado naquelas carteiras feitas para o mínimo conforto... dos destros, eu escrevia com enorme dificuldade com a mão esquerda. Naquele tempo, as minorias eram só isso, minorias. Aprendi a andar de bicicleta, a frear com a mão... direita! Aprendi a dirigir, fazendo com a mão esquerda o que foi projetado para ser executada com a direita. A dificuldade dos pés foi um obstáculo adicional. Agora, estou aprendendo a pilotar uma moto. Mais dificuldades. Mais dados e mais informações... As motos foram feitas para gente destra. Eu sou canhoto. Não escrevo este post tão pessoal para reclamar. Escrevo para dizer que sou diferente. E amo ser diferente. Amo superar obstáculos. Amo reverter expectativas. Eu me amo porque não sou comum. Não sou ordinário. Eu sou... eu. Não sei qual é a sua particularidade. Só sei que a gente deve aprender a conviver com nossas singularidades com maturidade e prazer. A gente deve se amar por não ser clone. Num mundo onde a maioria é destra, ser canhoto, gente, é legal!

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