Casamento não casa ninguém


Pastor – confessou uma senhora idosa – Sou casada há quase cinqüenta anos. Tenho me esforçado para ser a melhor esposa que meu marido poderia ter, mas sou infeliz, muito infeliz. A confissão, assim, feita de supetão, surpreendeu o pastor. Por quê? Porque não amo nem nunca amei meu marido. Mas, então... por que se casou? Naquele tempo, não era a gente que escolhia com quem casar. Eram nossos pais. Um dia, meu pai me disse: Filha, daqui a dois meses você vai casar com o filho de meu compadre. Ele é médico recém-formado, gente boa, será um ótimo marido para você. Domingo, ele virá com o pai dele, para te conhecer. Nos conhecemos e ele gostou de mim, mas eu nunca gostei dele. Casamos, a festa foi linda, mas eu estava gritando por dentro. Nunca consegui amar meu marido. Tentei muitas vezes. Casei por obediência, não por amor. Fui uma boa esposa, mas nunca fui feliz. É impossível não ter pena dessa senhora. É impossível não ter pena de quem serve por obrigação, de quem ama por dever, de quem se relaciona por tradição. DE QUEM FAZ AMOR A PULSO. Se eu fosse esse marido, sinceramente, por mais que a amasse, teria libertado essa mulher. Ela nunca foi sua esposa, sempre foi sua escrava. O número de cristãos que servem a Jesus por obrigação é imenso. Acorrentados pela tradição, se submetem religiosamente a uma rotina de frustração e infelicidade. Dizem que é melhor só que mal-acompanhado. Eu creio. O problema é que tem muita gente só, bem-acompanhado.

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