Mamãe, eu te amo



Feliz quem teve mãe. Muitas crianças, hoje, tem "mãedrasta". Algumas tem empreendedoras que ocasionalmente dão à luz filhos. Outras, infelizes, são órfãos de mãe viva. Há até alguns filhos que a úlima visão que tiveram foram de suas mães assassinas! Horror! Há algum tempo, as mães ficavam preocupadas quando o filho ficava doente. Agora, muitas ficam preocupadas com o trabalho que dá quando os filhos ficam doente. Mas, hoje é o Dia das Mães. Temos só que falar bem delas. Então, vou falar da minha, "Dona Deusa", como era conhecida. Mamãe passava fome para nos ver comer. Minha mãe comprava guaraná (rótulo de papel, lembra?), maçã e "uma quarta" de cremme-craquer quando eu ficava doente. A gente só comia coisas finas assim quanto enfermava. Aí, eu ficava bom, bem lentamente, para comer uvas verdes! Minha mãe, naquele tempo, não se importava em ser nossa empregada: passava ferro em minhas camisas, punha meu almoço e me acordava para eu não me atrasar para a "escola". "Menino, já são quase sete horas!" Minha mãe ficou orgulhosa quando me viu com a "farda da Celpe" ou, antes, a "farda do Bradesco". Minha mãe deve ter sofrido muito quando me tornei um adolescente. Eu fiquei distante, ausente, protocolar, polar. Coisa de temperamento melancólico. Ela se alegrou muito quando viu Maria do Carmo, minha namorada, pela primeira vez. Dei presentes no Dia das Mães, alguns caros até, mas em poucas ocasiões dei abraço, beijo ou fiz carinhos especiais. Mamãe morreu há muitos anos de câncer. Um dos momentos mais emocionantes da minha vida foi quando disse: "Eu amo a senhora, mãe...", apenas um dia antes de ela morrer. Eu sentia culpa pela terrível doença dela. Você não imagina o sofrimento de quem vê uma mãe morrendo aos poucos, sem poder fazer nada para deter a dor causada pela enfermidade... Ainda hoje eu sonho com mamãe viva... Quem é mãe de verdade, merece meu carinho e admiração. Vocês marcam a vida de seus filhos para sempre.

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