Para fora, eles são "uma bênção". Saudam a todos com a "paz do Senhor, meu irmão!". Se vacilar, fala línguas estranhas até na hora de entregar oferta no culto. Vestem-se bem, são falantes, sorridentes e prestativos. Gostam de dar conselhos e tem uma boa oratória. Gravitam em torno do líder, são considerados "um exemplo de irmão". Os mais afoitos, profetizam que "vejo-uma-passagem-de-avião" e, na mesma talagada, afirmam um "prepara-te-para-o-campo-meu-servo-hu-ha-ha-hei! Eles choram... Eles são tão quebrantados... Quando são elogiados, dão a glória a Jesus, pois são "apenas servos imprestáveis". Resentem-se de que nem toda a igreja viu o que disseram dele (alguém gravou a profecia?!) É o céu, é o céu. A esposa e os filhos assistem ao circo artudidos. Mas, como? Eles sabem o como o "santo" é em casa, na privacidade, sem a máscara, sem os holofotes, sem a platéia. Alguém está enganado e alguém está sendo enganado. Eles conhecem o demônio que os atormenta durante as noites, quando se acorda, quando chega do trabalho estressado, quando está liso, quando é minimanete contrariado... Eles convivem com a grosseria, com o mau-humor, com os palavrões, com a opressão, com a violência, com as ameaças do... santo, santo, santo! Os filhos prescrutam o rosto do pai em busca de que ele não está surtado. Se percebem qualquer anormalidade, trancam-se no quarto, fogem do incrível Hulk gospel. A mulher brinca a brincadeira dos que lidam com esquisofrênicos: com um sorriso amarelo, com medo da súbita variação de humor e da explosão de ódio que dele advém. Para os abilolados, ele é um grande homem de Deus... sua família conhece bem o crápula que os atormenta como nenhum demônio consegue atormentar.
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