Salvo antes de nascer
Minha mãe engravidou e começou a me gerar em seu ventre quando tinha 49 anos de idade. Corria, então, o ano de 1967. A cidade onde nasci, e ainda hoje resido, era Surubim, distante 120 quilômetros da capital, Recife. Há alguns anos, uma senhora que era vizinha de nossa família, me contou que fora confidente de minha mãe, naquela época. Durante a gravidez de alto risco, sugeriram o aborto (pois ela já tivera sete filhos, as condições hospitalares na cidade eram precárias e o ineditismo da gravidez de idade avançada representava um perigo tremendo para ela). Contra tudo e contra todos, mamãe decidiu ter o caçula. Escrevo este texto para honrar minha mãe. Deusdedith Pessoa de Andrade foi valente como poucas mulheres que conheço. Temo não ter sido um filho mais grato, lamento não ter passado mais tempo com ela, sinto muito não ter ouvido de seus próprios lábios seu testemunho de amor por mim. Ela faleceu de câncer quando eu tinha 23 anos. A última vez que falei com ela, reafirmou seu amor por todos nós, seus filhos. Morreu no dia seguinte, depois de padecer um ano e meio em cima de uma cama. Mas, escrevo também para honrar meu Senhor, que me salvou de morrer antes de eu nascer. Sou o único filho de minha mãe que, até hoje, se converteu ao Evangelho de Jesus. Sou pastor de uma viva comunidade evangélica há oito anos. Preciso honrar a memória de minha mãe, sendo valente como ela - e amando meus filhos como ela me amou. Desejo viver para honrar meu Senhor, pregando Sua Graça inefável com paixão, pois, a semelhança de Jeremias, ouvi dizer:"Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta". Sem pretensão nenhuma, muito obrigado, Senhor, pelo dom da vida e pelo dom da vida eterna.
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