Exaltado pelo abatimento


Percebo que Deus, antes de exaltar, abate. Isso evita que a soberba se apodere de nosso coração. O que era o espinho na carne de Paulo, senão um atitude profilática para evitar a (de outra maneira inevitável) pabulagem por ele ter sido arrebatado ao terceiro céu? Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta. Primeiro, o Senhor abateu José, filho de Jacó. Ele foi banido do convívio de seu pai, vendido como escravo, caluniado e preso injustamente. Dezessete anos depois, Deus o exalta como o segundo homem mais importante do Egito! Primeiro, o Senhor abateu Gideão. Ele malhava trigo num lugar impróprio e trabalhava escondido, em sobressaltos. Deus o exaltou depois, como um dos juízes da Bíblia, homem valente que cintila no capítulo 11 de Hebreus como um dos heróis da fé! Primeiro, o Senhor abateu (bem abatidos) Paulo e Silas. Torturados e presos por libertarem uma jovem possuída de demônios, de meia-noite louvavam ao Senhor em meio a dores lancinantes. Deus os exaltou quando provocou um terremoto que foi decisivo na conversão do carcereiro - e de toda sua família. Primeiro, Deus abateu Pedro. Mostrou que sua fanfarronice era uma ostentação ridícula para um discípulo de Jesus. Depois o exaltou como apóstolo, não sem antes confrontá-lo com sua verdadeira natureza, quando Pedro chorou amargamente - uma das mais belas passagens bíblicas. Por isso, humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte (1Pe 5.6). Quando abatido, ore, chore, clame, mas acredite: o dia da exaltação virá tão certo quando o dia da provação surgiu.

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