A santidade dos fariseus


Quando a gente ouve falar de santidade, vem logo à mente a idéia e ascetismo, radicalismo, grossura, chatice, cafonice, inflexibilidade, suplício, renúncia a felicidade. Para muitos, quanto mais quadrado mais santo é o homem ou a mulher "de Deus". Eles amam a doutrina da santidade mais que a santidade da doutrina. Quero compartilhar com vocês como é a santidade dos religiosos. Como um fariseu expressa o que acha ser santidade. Lendo as páginas do Novo Testamento, percebe-se claramente que a santidade dos fariseus era: 1) uma santidade cheia de preconceitos. Quem não fosse escriba, fariseu, saduceu era logo taxado de filho de belzebu. Nem Jesus escapou da linguaça deles! 2) uma santidade com cheiro de mofo. A idéia de santidade dos fariseus era o desejo de voltar ao passado. Não ao princípio da Palavra, mas à caduquice dos usos e costumes de outrora. Quanto mais antiquado se é, mais santo se pensa que é. "Antigamente não era assim" é uma das expressões que os fariseus mais usam. 3) uma santidade com sede de sangue. Todos os santos religiosos gostam de sangue, são vampiros e se parecem muito com Lampião. Queriam ver a mulher a mulher apedrejada até a morte, foram os principais causadores da crucificação de Jesus, ainda hoje gostam de ferir com a língua, deixar os verdadeiros filhos da Graça sangrando em praça pública. O negócio deles é a morte. Nunca a vida. 4) uma santidade sem santidade. Hipócritas, falavam que eram guardiões a Palavra quando, na verdade, eram piores que os delinqüentes que transitavam em Jerusalém. Nunca se viu tanto orgulho vestido de humildade, tanta inveja vestida de zelo pela verdade, tanta malignidade dentro do Templo. 5) uma santidade sem nervos, sem sensibilidade. Nenhuma lágrima pelo miserável, nenhuma alegria por ver Jesus libertando as pessoas, nenhum prazer na vida com Deus. Cascas grossas. Inflexiveis. Eles são capazes de, pelo amor a doutrina da igreja deles, expulsar uma filha de casa, amaldiçoar um filho, mandar matar um irmão! 6) uma santidade surda a voz do Senhor. Os fariseus fizeram tudo que o diabo soprava em seus ouvidos. Mas, com excessão de Nicodemus e José de Arimatéia (tenho minhas dúvidas sobre a conversão deles), nenhum deles enxergou Jesus como o Filho de Deus. Nem sequer queriam ouvir a voz do Senhor. Gritaram "crucifica-o", cada vez mais alto, para fazer calar a voz do Salvador. A santidade dos fariseus capta a voz do diabo nitidamente - e o que é pior, obedecem-no tin-tim por tin-tim. 7) uma santidade que pode ser medida pela aparência. Os fariseus gostavam de parecer santos. Por isso, se vestiam a caráter. le se descuidam dos princípios da Palavra, mas jamais se descuidavam de parecer homens da Palavra. Termino com uma frase clichê: as aparências enganam. Não resisto a escrever outra: quem vê cara não vê coração. Ou, nas palavras de Jesus: Ai de vós, fariseus hipócritas, sepulcros caiados!

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