Estamos levando as mulheres à loucura


Numa viagem recente, não pude - nem ninguém naquele ônibus pôde - deixar de ouvir duas jovens senhoras conversando. Elas tentavam dar força uma à outra, tentavam de verdade se ajudarem, a superar relacionamentos fracassados. Uma delas, namorara o primo, mas nunca gostara dele. Quando conheceu um músico, segundo ela "bonitinho demais" soube que casaria com ele. Mesmo os pais sendo contra, engravidou dele. O relacionamento durou uns cinco anos. Foram anos de brigas, acusações e humilhações. Ele saia para tocar na noite e ela ficava se remoendo, imagindo mil formas dele trair e mil mulheres ao seu redor. Ele duvidou se o filho era dele mesmo, o que só piorou as coisas. "O filho é dele", ela garantiu. O casamento acabou e ela toma calmantes toda noite para dormir e não acredita mais "em homem nenhum". Os pais dela moram debaixo do mesmo teto, mas não se amam mais - um dorme na rede outro na cama. Tipíco do pior tipo de divórcio, aquele que existe de fato, mas que ninguém ousa ir ao cartório pôr o ponto final. A outra mulher ficara noiva. Tudo ia bem, muito bem, até o dia em que descobriu que o noivo era... casado e pai de um menino. Entrou em depressão. Também não confia mais nos homens. Pediu o nome do calmante à outra passageira. Essas duas histórias de amor frustrado tem sido a regra nos atuais relacionamentos. Os homens estão cada dia mais egoistas, vaidosos e distantes. Quando a paixão (leia-se fome de sexo), acaba, ele não sabe mais o que fazer, a não ser fazer sofrer. As mulheres estão à beira e um ataque de nervos, pois não admitem fazer parte de um harém - ou ser incluída num sem ser consultada. De fato, os homens precisam deixar de ser a principal causa da solidão e da dor das mulheres. De fato, cada vez que uma delas dizia "homem não presta" eu me encolhia mais na cadeira e desejava que o suplício terminasse logo.

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