Violentadas

Estamos no século 21. O futuro chegou. A boa onda do politicamente correto corrigiu muitas distorções e puniu pesadamente preconceituosos reincidentes. Foi bom para todos. A despeito de tantas melhorias, um mal persiste: o tratamento dispensado pelos homens às mulheres. Não me refiro a relação filho/mãe, patrão/doméstica, marido/esposa. Nada disso. É algo mais grave. Hoje tive a oportunidade de ver uma senhora que estava com um olho roxo e inchado. Provavelmente apanhou de alguém. Crianças e adolescentes de algumas capitais nordestinas sub-vivem do turismo sexual. Nome bonito para uma prática nojenta e cruel. Muitas prostitutas apanham no rosto (até chutes lhe são desferidos na face) quando fazem sexo pago, numa crueldade doentia e maligna. Os agressores vem da Europa vilipendiar as brasileiras. Mulheres são assassinadas no Brasil com requintes de crueldade de fazer inveja a qualquer agressão com facão em um país africano. A violência que teima em não arrefecer contra elas vai além dos palavrões, da discriminação no mercado de trabalho e do machismo corriqueiro. Quando uma mulher freqüenta lugares onde é chamada de cachorra e é usada para produzir prazer sexual, o problema é delas. Mas, quando isso acontece contra sua vontade ou quando ela se submete a constrangimentos porque precisa do dinheiro ou não tem outra saída, o problema é de todos nós.

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